S. f.
1. V. história.
[Recomenda-se apenas a grafia história, tanto no sentido de ciência histórica, quanto no de narrativa de ficção, conto popular, e demais acepções.]
Alguns escritores forçam a barra para que seja aceito, mas os verdadeiros linguistas rejeitam. É ... talvez hoje eu esteja exigente demais, mas vamos em frente.
João Ribeiro, grande conhecedor da nossa língua, propôs em 1919 que o termo, encontrado em textos medievais de Portugal – arcaico, portanto –, fosse reabilitado, para ser usado com relação a contos folclóricos, distinguindo-os dos relatos da História.
Embora endossado por Luís da Câmara Cascudo, trata-se de um equívoco. Na verdade a “estória” medieval não se distinguia de “história”. Havia várias maneiras de se escrever a mesma coisa, pois a ortografia ainda não estava estabilizada. Encontravam-se lado a lado as formas historia, hestoria, estoria, istoria e estorea (assim mesmo, sem acentos, que são do século XX). O mesmo acontecia com homem, omem, omee (às vezes com til no primeiro e) e até ome.
Mas já no século XVI – podemos ver em Camões – estava sedimentada a forma historia, única, ainda sem o acento.
Um dos argumentos a favor do vocábulo é que em inglês se faz distinção entre story e history. E daí? Nós fazemos distinção entre ser e estar, e eles não. Não temos que copiá-los, nem eles a nós; apenas somos diferentes. Quer mais? Eles fazem distinção entre time e weather, e nós usamos apenas tempo (seja para o relógio ou para o clima). Para eles can e may são diferentes; para nós ambos são poder. Ah, e nós temos saudade e eles não.
Temos grandes diferenças até em relação ao Espanhol, língua do mesmo tronco que a nossa. Enquanto usamos os termos zelo, cio e ciúme, los hermanos usam apenas um para as mesmas coisas: celo.
Portanto chega de “estória”.
Fonte (entre outras): http://wp.clicrbs.com.br/sualingua/2009/05/06/a-triste-historia-de-estoria/?topo=
Devanir Nunes
ultima-flor-do-lacio.blogspot.com.br
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